O crescimento populacional e a modernização da cadeia produtiva, bem como a elevação da demanda de alimentos, geraram a necessidade de haver uma atenção maior voltada a garantir que as etapas do processo de produção e de comercialização se tornassem mais seguras. É aí que entra a biosseguridade.
No intuito de que a segurança sanitária acompanhasse essa evolução e os impactos na produtividade, foram criados métodos e medidas preventivas para manter a saúde dos animais e mitigar os riscos de contaminação e de disseminação de agentes patogênicos. Um deles é justamente a biosseguridade.
De modo geral, então, estamos falando de uma tecnologia primordial e indispensável para manter o processo produtivo seguro e de qualidade do ponto de vista alimentar. Quer entender o assunto mais a fundo? Continue a leitura e saiba mais sobre a importância desse método!
O que é biosseguridade?
Basicamente, trata-se de um conjunto de procedimentos técnicos realizados com a intenção de prevenir, de reduzir ou de controlar a probabilidade de bactérias ou de agentes causadores de patologias se desenvolverem na produção de animais.
As medidas de prevenção visam a eliminar os seus riscos de infecção e de contaminação, a fim de preservar a saúde e a segurança em cada fase do processo de criação. Assim, o risco de os animais contraírem doenças é evitado ao máximo.
A propósito, vale lembrar que os procedimentos de biosseguridade são diversificados, conforme a necessidade e a espécie em criação. Na prática, é possível que envolvam a vacinação dos animais, os cuidados com a sua alimentação, a lavagem e a sanitização das instalações e ações preventivas de manejo sanitário.
Além disso, o conceito pode ser dividido em duas vertentes: biosseguridade interna e externa. A seguir, veja quais são as suas principais diferenças!
Interna
A biosseguridade interna está associada à prevenção da disseminação de agentes patógenos já presentes no rebanho, com o objetivo de reduzir a propagação de doenças e de minimizar as infecções dentro do sistema de produção. Confira alguns exemplos de iniciativas:
- manejo adequado dos lotes de animais;
- uso de piquete ou baia de maternidade;
- controle de vetores/pragas (roedores, insetos e pássaros);
- higienização de cochos, bebedouros, baldes e outros objetos;
- armazenamento de alimentos e medicamentos veterinários;
- uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs);
- garantia da qualidade da água usada na propriedade;
- limpeza e desinfecção das instalações;
- adoção de cuidados para a instalação de GLP;
- manutenção de um controle rigoroso da sanidade de acordo com a faixa etária dos animais.
Externa
A biosseguridade externa, por outro lado, está ligada às estratégias de prevenção contra a introdução de agentes patogênicos na propriedade. Ou seja, relaciona-se à proteção dos animais no que diz respeito à entrada de agentes infecciosos com o objetivo de reduzir doenças endêmicas e impedir a introdução de condições exóticas no sistema de produção.
A seguir, conheça alguns exemplos de iniciativas implementadas:
- uso de silo de ração;
- tratamento de dejetos;
- uso de pedilúvio e/ou rodolúvio;
- adoção de cuidados com a reciclagem e com o descarte de produtos;
- utilização de barreira sanitária (quarentena);
- manutenção de um controle rigoroso da introdução de novos animais no rebanho;
- delimitação de acesso ao interior da propriedade;
- manutenção do controle da introdução de novos animais na propriedade e de exposições.
Aliás, é interessante ressaltar que o processo de biosseguridade deve ser constantemente monitorado. Inclusive, quando necessário, pode ser alterado conforme os objetivos econômicos e produtivos do sistema.
O ideal é que essas especificações sejam ajustadas de acordo com os tipos de animais, com o fluxo entre as diversas fases de produção, com as práticas de manejo e de capacitação dos profissionais, com o programa de Boas Práticas de Produção e com o sistema de gestão de qualidade.
Como funciona?
A biosseguridade é aplicada, em geral, na produção de animais — sobretudo na indústria avícola e na suinícola. A aplicação abrange normas e procedimentos técnicos sanitários, como: arquitetura, controle de doenças, programas de imunoprofilaxia, controle de localização, visitas e vestimentas, períodos de quarentena de animais, qualidade da alimentação e descarte de resíduos.
Podemos dizer, portanto, que tratamos de práticas que aliam os conceitos do manejo animal, do gerenciamento de ambientes, da qualificação de profissionais, da otimização das etapas produtivas e da gestão da qualidade. O propósito é garantir que os animais se mantenham seguros, e que o produto final tenha mais excelência.
Diante disso, é válido pontuar que, muitas vezes, o termo é utilizado para substituir “biossegurança”. O uso, contudo, está equivocado, já que são conceitos diferentes.
Enquanto a biosseguridade envolve medidas que visam a reduzir os riscos de doenças ou da presença de resíduos em populações, a biossegurança abrange normas e procedimentos associados à saúde humana — que, geralmente, são mais rígidos. A compreensão de ambos os termos permite que os dois sejam aplicados de forma adequada e possam cumprir os seus papéis.
Com isso, a tendência é de que haja uma produção rentável e de alta qualidade. Ou seja, resumidamente, biossegurança e biosseguridade não devem ser tratadas como sinônimos.
Qual é a sua importância?
De maneira simplificada, adotar medidas de biosseguridade, sem dúvidas, é a melhor alternativa para reduzir a presença de agentes causadores de enfermidades. A ação impede e controla surtos e epidemias que podem chegar ao âmbito global de contaminação.
Um grande exemplo foi a gripe aviária (H5N1), ocasionada pelo vírus Influenza. No entanto, existem outras enfermidades que também são disseminadas pelo contato ou pelo consumo de animais infectados.
Além disso, as práticas garantem a qualidade dos produtos comercializados, evitando que determinadas demandas sejam perdidas por conta de animais contaminados, preservando também, é claro, a saúde dos consumidores.
Como colocá-la em prática?
Antes de explicarmos como colocá-la em prática, é importante ressaltar que a presença de agentes infecciosos exerce um impacto significativo na produtividade e na lucratividade dos produtores. Além disso, é claro, afeta a segurança do alimento produzido.
Por essas razões, as práticas de biosseguridade devem estar atreladas a um bom controle sanitário e não podem ser vistas como um “custo”. Afinal, na verdade, trata-se de uma ação obrigatória em prol da sustentabilidade a longo prazo.
Contudo, para elaborar e implantar o programa, é necessário realizar uma análise e determinar os riscos e os desafios (a presença de agentes etiológicos e/ou a ocorrência de sintomatologia e doença clínica) aos quais o sistema de produção está exposto.
Portanto, se você deseja facilitar as inspeções e aprimorar o seu gerenciamento, é recomendável conhecer todas as funcionalidades dos sistemas inteligentes. Em geral, os recursos simplificam as rotinas e fornecem, em tempo real, os dados do plantel, tornando o processo de produção mais eficiente e transparente.
Como você pôde ver, essas são algumas das diversas práticas de biosseguridade que podem ser adotadas nas propriedades. A compreensão por parte dos colaboradores é essencial para que as iniciativas se tornem rotineiras e, dessa forma, garantam a saúde e a segurança de todos, bem como a qualidade das produções.
Agora que você já sabe o que é biosseguridade, ficou interessado em conhecer outras soluções que podem revolucionar a sua operação? Clique aqui e converse com alguém da nossa equipe!